Tenderness, after all
Os sentimentos são ditados por razões arbitrárias; por vezes não é a sedução, o jogo da sedução, que nos transpôe para os universos da palavra escrita. Interrompo, aqui como um coito, o andamento de "Explicação para o Regresso à Superfície", um suposto caminho espiritual que me tem no terceiro círculo da obra mais conhecida de Dante. Enfim, o passado, não há personagens? São imensas, vindas de todos os reservatórios de gente da cidade, para o centro, onde somos penetrados nos poros por energia atómica, andando tontos, simplesmente à espera que o jacobinismo tome conta de nós. enganei-me, tal como jovem adolescente, ao ver no Bem um teor de progresso, evolução, "melhoria" da "vida" humana. O Mal está presente e pressente-te no interior do corpo, que o expulsa com violência. possidónio, se me lês, gostaria de um parceiro para correr. Embora me dê melhor fazendo a minhas próprias coisas, porque reconheço que a gente literária é do mais invejoso e egocentrista, misantropo que há. Meu propósito teria sido superar naturalmente Sartre, prometi a mim próprio, porque sou várias pessoas e não me reconheço, não vejo o mundo bulir, vejo gente falando de negócios que apenas lhe asseguram o sustento material. bem ditas as coisas, o mundo da edição é isso mesmo. para oportunistas. Eu sabia que enquanto antropólogo desmerecia ser editado por excesso de qualidade. Acontece assim com os meus colegas. Contudo, alguns há que papam meninas. Eu nem isso. Produzo a partir do nada, sorvo cafeína e Hollywood inspira-se, andando em propósitos violentos e pouco sei da natureza humana quando sigo Rousseau, o homem, como a mulher, é essencilamente maligno e interesseiro (Darwin?). Enfim, a crise é a espera do jacobinismo, misturado com neoliberalismo selvagem, quando nem sequer há capitalismo no país, há grupescos de interesseirismo, é cad aum por si e eu pela minha obra. Enquanto estrela cadente, dizia a menina da net, apareco e desaparece sem que muitos notem. Por isso, a religiosidade é apenas repeito, medo, acagaçamento da autoridade. nem tão pouco o Diabo existe, existem os elementos, o fogo que me transporta o corpo para unidades de tempo em que habito respirando, respigando. Peço à minha irmã mais uns dias, comerei pouco, porque ainda tenho barriga ( de água) porque ainda assim sou magro, não tenho uns braços grossos, punhos para pugilismo, gosto tanto gostam os cinéfilos. Estamos demasiado afoitos a Nova Iorque e talvez seja apenas isso que me retém por cá, para deixar palavras, parolas. O sentido estilhaça-se e dificulta a tarefa porque é no estio que se dispõe e estende, adoentando os corpos e as almas. O que há? Pouco e essa necessidade produz a palavra, soberana granada que espalha o ódio de um etarra francês. pedi mais alguns dias talvez esperando por ela, qq palavra, qq mensagem. em vão. Conclusão Primeira: a ficção gera-se no equívoco, na desrazão, na deslocalização da empresas para a China ou a Bulgária. Olho, não contemplo mais, absorvo como uma esponja do mar, esse mais antigo ser vivo do planeta. a mesma esponja com que passamos, desejara Cristo, pela testa, limpando o sangue, o suor, quero dizer. Isto tudo porque o conhecimento dói, a aprendizagem dói (poucos jovens gostam, na realidade, no seu íntimo, da escola ou da universidade), o conhecimento, a que se junta o obscendo, produz mais conhecimento, é a ciência social no seu esplendor, autores, referências, citações, verbo de encher, como diz uma pessoa que conheço. chato? Com certeza, o conhecimento é demasiado chato para que ousemos enfrentá-lo. Por isso rejeitamos a realidade, por isso não a compreendemos. As campânulas filosóficas proliferam, á espera que alguém estenda a mão, algum Micenas, ao estertor do conhecimento, o último grito do Ser. Nesta época, nesta razão das lógicas intersticiais, alguém se coloca à frente, não em nome de si próprio e de sua identidade, herdada ou construída, mas em nome dos Outros, para que se possa acolher nesse magma de massa amorfa e assim assegurar sustento. ninguém se preocupa com a dívida, ninguém questiona que pela vida que se lhe deu, ou que conquistou correndo para o útero, tem uma dívida e que a pagará com a morte. Tudo ficará saldado. A dívida findará, a crise irá para onde é mais precisa, afinal talvez tenha razão alguma para não estar entre napoleões e skins, ou entre nuestros hermanos. Talvez por isso não tenha poiso certo o meu pensamento, diria Heidegger, e não se desenvolva aqui como outros (porque publicados, premiados, celebrados, brochados). Sim, sou muito simpático, o veneno tem esse dom. E eu tenho um dom, o dom da palavra que aprendi no silêncio da ruminação, na escuta da ofensa, na marginalização, na sustentação de um corpo que se não se controlasse, se esvaneceria. Por isso vivo numa frista do tempo, reproduzoo sémen e sangue onde quer que vá, não fosse herdeiro de anadaluz, gitano, porém, pensador, pensado, pausado, envenenado. Que faço aqui? Poderia repetir Chatwin. Há esse filme e essa paciência portuguesa que se nomeou "A Esperança está onde menos se Espera". Bem pensado. Enfim, ainda aqui estou remoendo porque falhei uma carreira de actor.
tenho comigo "Emmanuelle" à espera de ser visto com companhia conveniente. É a escola francesa, meus amigos. Donde não há não se pode tirar. E a língua portuguesa é traiçoeira, porque está viciada de tanto povo, de tantos povos, talvez menos que a inglesa, porém, é imparável porque apela a instintos primários. E é nisso que vamos. Este texto, digo-vos tardiamente, deverá ser lido como palavra invertida. Ainda vou a tempo? Dixit.
tenho comigo "Emmanuelle" à espera de ser visto com companhia conveniente. É a escola francesa, meus amigos. Donde não há não se pode tirar. E a língua portuguesa é traiçoeira, porque está viciada de tanto povo, de tantos povos, talvez menos que a inglesa, porém, é imparável porque apela a instintos primários. E é nisso que vamos. Este texto, digo-vos tardiamente, deverá ser lido como palavra invertida. Ainda vou a tempo? Dixit.
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