Uma Segunda Vida (II)


Chegados nós a meio da vida e tendo ultrapassado a idade de Cristo e chegado à idade em que morreu Mozart, se é que o tempo se contará de uma vida em anos, damo-nos conta da falta de aventuras, seja por dinheiro, por falta de trabalho, seja simplesmente a falta que sentimos as envelhecer definitivamente. Levanta-se a questão de se a alma morre com o corpo e para onde ela irá, para uma segunda vida eterna ou para uma reencarnação na terra, iniciando um novo ciclo de transformação em algo que em nada tem a ver com o que já vivemos. E porque a memória do que vivemos é sobretudo feita de desilusões, acentuamos a meio da vida mais o que não vivemos do que o que vivemos. Alguns diriam, doutras paragens, que este autor deveria preocupar-se em viver o resto da sua vida condignamente e esquecer todas estas hipóteses, que é o que Deus e os homens simplesmente nos apresentam. Contudo, este exercício será legítimo dado várias circunstâncias da vida do seu autor. Alguns dizem que o que somos revela-se numa determinada área, como Mozart se revelou na música ao lado de Bach.

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